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15
Mai18

O Corão, a Bíblia e Israel

Ricardo Jorge Pereira

«Racismo», «medo», «traição», «ódio».

Estas foram apenas algumas das palavras que há dias li num texto – “Le Coran est-il antisémite?” – escrito por um franco-marroquino especialista em islamismo.

Ora, eu não sou, admito, um especialista no estudo de qualquer das religiões existentes no mundo mas tenho as minhas próprias ideias e a minha própria opinião.

Julgo, assim, que o texto sagrado do Islão pode conter, de facto, todos os conceitos que se quiser que ele tenha bastando para isso que quem o leia o manipule convenientemente nessa direcção, se se quiser dizer assim.

Ou que outros o manipulem (como alguns media, por exemplo), evidentemente…: não é por mero acaso que muitos vêem hoje a religião ‘associada’ do Corão – o islamismo – como sinónimo inequívoco de terrorismo.

A esta manipulação exterior surgirão coligados, mais cedo ou mais tarde, outros problemas como o da generalização (intencional ou não): «os adeptos do islamismo são terroristas», ouço alguns clamarem.

Ou seja, de acordo com esta ‘visão’, todos aqueles que professam a fé islâmica são terroristas.

Isto é errado, claro.

Estou a lembrar-me, à medida que escrevo estas palavras, de uma entrevista do ensaísta e tradutor Frederico Lourenço, autor de uma «nova tradução da Bíblia, na sua forma mais completa - a partir da Bíblia Grega, ou seja, contendo o Novo Testamento e todos os livros do Antigo Testamento. em suma, a presente tradução dará a ler os 27 livros do Novo Testamento e os 53 do Antigo Testamento grego (em lugar dos 39 do cânone protestante, ou dos 46 do cânone católico). Será, assim, a Bíblia mais completa que jamais existiu em português, apresentada pelo mais importante e rigoroso dos tradutores do Grego clássico, Frederico Lourenço. a [A] chamada Bíblia Grega é a versão mais importante do Livro...».

Afirmou, por exemplo, o seguinte: «A Bíblia é um espelho da existência humana, da realidade humana, de tudo aquilo que o ser humano tem de bom – e de mau, também…. A Bíblia é um conjunto de narrativas [em] que nós encontramos das coisas mais atrozes que o ser humano foi capaz de fazer, desde genocídios (que estão perfeitamente descritos no Antigo Testamento) até àquilo que é o ‘evento’ central do Novo Testamento que é a crucificação de um homem inocente...».

Assim, de acordo com essa perspectiva generalista, poder-se-ia, também, concluir que todos – ainda que alguns (muitos?) o sejam – os cristãos são ‘bárbaros’, racistas e intolerantes?

Creio que não.

 

 

***

 

 

«A menção a Jerusalém na Bíblia ascende a perto de 650 vezes por uma única razão: esta é, desde há 3000 anos, a capital do nosso povo e apenas do nosso povo».

Esta frase foi proferida pelo primeiro ministro-israelita, Benjamin Netanyahu, numa recente reunião do conselho de ministros judeu.

Apesar de achar que nem todos os judeus de Israel alinham politicamente com os valores representados por tal pessoa penso que a segunda metade da frase é unânime, por assim dizer, até porque o Estado de Israel assinalou ontem o 70.º aniversário e já várias sensibilidades políticas o dirigiram, claro.

Creio, por isso, que nunca irão existir dois Estados lado a lado. De judeus e de árabes.

Nunca.

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