Para quando a gestão das florestas em Portugal?
Antes de mais, um ponto inicial: lamento, profundamente, as mortes (no momento em que escrevo, 62) e os feridos (também, até este momento, 135) causados pelo incêndio que começou, no passado dia 17 de Junho, a devastar a zona de Pedrógão Grande.
Aproveito, igualmente, para deixar os meus sinceros pêsames às famílias enlutadas e para deixar um forte abraço de solidariedade a todos aqueles que não tendo perdido familiares perderam bens essenciais ao seu sustento e, até, animais domésticos e/ou selvagens.
A todos, um cumprimento emocionado.
Agora, uma outra mensagem que quero deixar: tendo, de facto, ocorrido uma enorme tragédia na zona de Pedrógão Grande, não me é possível não me referir, nalgumas linhas, à questão dos incêndios em Portugal.
Todos os anos, sem excepção, quando as condições metereológicas se adequam – e se, por sinal, coincidirem com a ocorrência de uma desgraça humana –, muitos são os que levantam a voz para dizer que está por fazer um ordenamento correcto e eficiente da floresta em Portugal (até porque, lembro, Portugal é o único país do flanco sul da Europa em que a área ocupada por floresta está a recuar já que em Espanha, em Itália e na Grécia ela se encontra a “crescer”…) e que está, pois, por fazer uma discussão competente sobre o assunto.
A que falta fazer é que será “competente”…
E etc., etc., etc.,.
Mas, todos os anos, milhares de hectares de floresta se perdem para os incêndios em Portugal, morrem pessoas e bens e animais (irracionais) desaparecem.
E a sempre invocada “discussão competente” lá tem ficado, constantemente, adiada por mais um ano.
Para o ano é que vai ser.
Tudo, mas mesmo tudo, vai mudar.
Será?