Poupança e abundância
Assinalando-se hoje o Dia Mundial da Poupança parece-me perfeitamente oportuno transcrever uma pequena parte de um texto publicado pelo economista canadiano John Kenneth Galbraith – em língua portuguesa, “A sociedade da abundância” (foi 1984 o ano da edição portuguesa).
«A experiência que as nações têm do bem-estar é demasiado curta. Quase todas, através da História, foram muito pobres. A excepção, quase insignificante em relação ao total da existência humana, foram as gerações recentes neste relativamente pequeno canto do mundo habitado pelos Europeus. Aí e principalmente nos Estados Unidos, tem havido uma grande abundância, praticamente sem precedentes. (…).
Não seria de esperar que as preocupações com a pobreza fossem importantes num país em que o individuo comum tem acesso a coisas agradáveis – comidas, divertimentos, transporte pessoal, canalização nas casas – que há um século nem os ricos podiam ter. A mudança foi tão grande que muitos dos desejos do indivíduo nem sequer são evidentes para ele próprio. Só se tornam evidentes quando elaborados e alimentados pela propaganda e pela técnica de vendas.».